“Ninguém notou
Ninguém morou na dor que era o seu mal
A dor da gente não sai no jornal”
(Haroldo Barbosa)
Em março de 2020, fomos surpreendidos com as notícias que vinham dos países asiáticos e europeus sobre uma nova doença que acometia o mundo.
Confesso que cheguei a duvidar da veracidade da mesma, cansado de ver notícias falsas plantadas ao longo dos anos anteriores.
Quando vi exércitos tomando as principais cidades da Espanha, Inglaterra e Itália para assegurar o toque de recolher, confesso que cheguei a pensar que estávamos diante de um caso muito mais grave do que queriam que acreditássemos.
Passados esses primeiros movimentos, comecei a questionar a razão de todo esse alvoroço armado diante do número de mortos.
Explico-lhes:
No mundo, morrem anualmente cerca de 3.500.000 (três milhões e quinhentas mil) pessoas de diarreia ou casos a ela associados
Relatório da Organização das Nações Unidas (ONU) revela que uma pessoa a cada 10 pessoas da população de todo o planeta, passa fome. O número totaliza 821.600 (oitocentas e vinte e uma mil e seiscentas pessoas).Se consideradas as pessoas em condição “de pobreza moderada”e insegurança alimentar, o total chega a 2 bilhões ou 26,4% da população mundial.
Já o Covid, segundo fontes oficiais, foi responsável por 1,5 milhão de mortes registradas no mundo desde o início da pandemia.
Diante desses números e, apesar das mortes por Covid representarem menos da metade dos óbitos comparadosàs vítimas de diarreia (que mata principalmente crianças), faço a seguinte reflexão:
Por que investe-se muito dinheiro na pesquisa de vacinas (não que isso não seja importante, mas se esquecem de investir na infraestrutura e saneamento básico (redes de esgoto) que permitiria acabar com os casos de diarreia e acabar com a mortandade que ela provoca?
Por que o orçamento militar dos países “desenvolvidos” é tanto enquanto muitos não tem o que comer?
Dito tudo isso, chego a triste conclusão que todo o alvoroço com a pandemia, não que não se justifique, é por que ela mata TODO tipo de pessoa, principalmente os ricos.
A morte não tem status social ou econômico. Somos todos seres humanos.
O princípio da igualdade pressupõe que as pessoas colocadas em situações diferentes sejam tratadas de forma desigual: “Dar tratamento isonômico às partes significa tratar igualmente os iguais e desigualmente os desiguais, na exata medida de suas desigualdades”.
Pense nisso, reflita e continue tomando os devidos cuidados: usar máscaras e lavar muito bem as mãos. O vírus é poderoso, mas não resiste ao sabão!
Fonte/Créditos: Gilson Lima
Créditos (Imagem de capa): Arquivo
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