Os cidadãos de todo o país têm menos de dez dias para declarar o Imposto de Renda (IR) 2021. A expectativa da Receita Federal do Brasil é de que mais de 32 milhões de declarações sejam entregues até o dia 31 de maio, novo prazo final após o adiamento por conta da pandemia. Apesar da prorrogação, especialistas alertam que os contribuintes não devem deixar para acertar as contas com o leão na última hora.
Devem fazer a declaração do IR todos os cidadãos que receberam, ao longo de 2020, mais de R$ 28.559,70 em rendimentos tributáveis; possuíam, até 31 de dezembro de 2020, imóveis, veículos e outros bens cujo valor total fosse superior a R$ 300 mil; ganharam capital com a venda de imóveis, veículos e outros bens sujeitos à tributação; tiveram renda de atividade rural superior a R$ 142.798,50; ou receberam mais de R$ 40 mil em rendimentos isentos e não tributáveis ou tributáveis na fonte no ano passado.
Para a contadora Daiane Cunha, antecipar a declaração pode evitar problemas com a documentação exigida pela Receita Federal. “Levando em conta a situação da pandemia, o isolamento social e as restrições para atendimento presencial, o contribuinte pode encontrar dificuldades para conseguir os documentos e se comunicar com um profissional para tirar as dúvidas”, explica.
Segundo a especialista, é importante destacar que, apesar da prorrogação do prazo, o cronograma de pagamento das restituições permanece o mesmo. Portanto, quanto antes for enviada a declaração, mais cedo o cidadão receberá a sua restituição de imposto de renda. “A medida não deve ser vista como mais um motivo para deixar para a última hora, mas sim como um auxílio ao contribuinte e aos profissionais para se organizarem em tempo hábil”, aconselha.
Entre os documentos que podem ser exigidos, estão, por exemplo, a declaração referente ao IR de 2020, além de informes de rendimentos emitidos por empresas, bancos e corretoras e a documentação referente à imóveis e dependentes. Também é possível deduzir do IR despesas com planos de saúde, odontológicos e educação ao longo do ano passado.
De acordo com Daiane, verificando esses documentos com antecedência, é possível evitar os problemas mais comuns gerados pela falta de informações. “É muito comum, por exemplo, pais declararem os filhos como dependentes nas duas declarações ou não informar que um dependente possui renda tributável”, explica.
Outro ponto que pode gerar dúvidas neste ano envolve o auxílio emergencial do governo federal durante a pandemia. A estimativa é de que mais de 3 milhões de beneficiados precisarão devolver todo o valor do benefício. “Essa movimentação será feita através do próprio sistema do IR, que identifica se o contribuinte ultrapassou o limite previsto e informará o valor do auxílio emergencial a ser devolvido”, alerta.
A recomendação da contadora é procurar um profissional especialista em caso de dúvidas. “Os contadores podem ajudar o contribuinte a não cair na malha fina, além de orientar as formas de pagamento menos onerosas ou reduzir o imposto de forma lícita. Outra possibilidade é já começar a pensar em 2022, fazendo um planejamento tributário para se organizar melhor ao longo do ano”, diz.
Comentários: